sábado, 11 de maio de 2013

Pelo direito inalienável a feiúra

Reivindico pelo meu direito inalienável à feiúra
Por todas as velhas que me acham bonito.
Por todas as amigas da minha mãe que me acham bonito.
Por todas as minhas amigas que hoje dizem que antes me achavam bonito
Por todos os homens que me acham bonito através dos seus (in)discretos olhos
Por todas as travestis que me acham bonito através dos seu indiscretos olhos
Por todas as namoradas que me acharam bonito até o dia do término
Por todas as tias que eternamente me acharam bonito
Por minha mãe que sempre me achará o mais bonito
Pelo meu espelho em dias esfuziantes
Pelo meu direito inalienável à feiúra interna em dias cinzas e frios
e também externada
Pelo meu direito inalienável à feiúra externa sempre que passo por você através do vento corrosivo do tempo sobre meus vincos, sobre meus olhos, invisíveis aos teus.
Eu-te invisível.

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