na madrugada de hoje o pior sonho tive
você, minha amiga, morria afogada
numa grande piscina
complacente por entre minha mãos
morte lenta e que não acabava mais
um folêgo
e que fôlego o nosso
o seu maior que o meu
os dois decididos
eu a matar, você a em minhas mãos (não) morrer
os dois serenos, tranquilos. só esperando o efeito
de tão bruta e ao mesmo tempo tão calma ação
dada sua maneira de desenrolar.
uma imensa massa de água que abrigava diversos agrupamentos de morte coletiva em série. alguns reagiam mais. mal sabiam que assim seu folêgo iria mais breve.
mas por que não morres logo?
nosso fôlego infinito. o teu maior que o meu, pois que comprimido por entre meus dedos.
teu semblante, despreocupado. mas nós numa sutil luta entre lentos e quase inertes sobes e desces.
saio da piscina, ainda não concluído o assassinato, você fica, assim, simples. e vejo a platéia de outros tantos covardes a esperarem a sua vez para batalhar em matar ou morrer. um circo de gladiadores numa arena quadrada aquática e funda. o mandante não está às vistas. em sombras se conserva. seu cérebro arquiteta. para que ganhe o esperado prêmio em dinheiro por último ter sobrevivido. sem ter lutado.
tudo ao tempo todo de jogo é silêncio.
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