O que você pretende passar com
esse filme?
Under
Water é um drama surreal escrito, produzido e dirigido por mim a frente de
(PRE)FORMA-SE Produções Artísticas que fala sobre amor de mãe e sobre as
consequências da morte de um filho através de fortes metáforas visuais. Usa o
mar como potente símbolo de vida, morte e travessia. E elege minorias sociais
‘invisíveis’ transportadas a um universo fantástico para ensinarem Sii a
enxergar essa Vida-Oceano com novos olhos, olhos de navegar. Under Water vem
para dar conforto e esperança àqueles que perderam pessoas que tanto amam, como
vem para chamar atenção a diferentes classes sociais e revelar que um processo
tão íntimo de perda é também fruto de uma construção social.
Vi um vídeo onde tu explica um
pouco do filme. Ele foi gravado em Jericoacora? Parte da história se passa lá?
A
beleza que encontro no Ceará é difícil de encontrar em qualquer outra parte do
mundo e sim nossa estória caberia muito bem nas formações rochosas de
Jericoacoara uma vez que o filho de Sii, cego, afogou-se nas pedras de uma
praia deserta. Mas tão trágico evento será revelado de maneira sutil e poética
para dar espaço à jornada de autodescoberta de uma mãe solteira de filho único
que vê-se só no mundo. O mar vai lavar sua dor e o mundo agora se revelará a
ela pelo que de fato é, com todas as máscaras sociais, que usamos no dia a dia
para esconder os nossos medos e fragilidades, expostas, como num grande
zoológico. O filme é rodado em White Point Beach, Los Angeles, California
Há
algo na história que remeta ao Ceará?
Sou
nascido e criado em Fortaleza, terra que amo e que me inspira direta e
indiretamente em minha trajetória artística desde muito cedo. Naveguei para
Europa, Australia durante um ano, formei-me em direção na USP e hoje faço mestrado
em Los Angeles. O Ceará para mim é para sempre meu ponto de partida e chegada,
meu porto, onde tenho minha amada família: meu farol e meu repertório de
inspirações, pois é o que conheço de maneira mais próxima e cara. Como artista
de cinema, teatro e artes visuais, o mar, a água sempre foi personagem
principal de meus enredos e criações. Somos 80% água e o resto de íons. Somos e
estamos num ambiente que permite mudança, transformação. Em 2010 dirigi a peça
ao ar livre “ENTRAVE(SS)IA”, a jornada de uma mulher perdida nas próprias
lembranças, no confinamento de sua casa. Sua casa e seu ser eram barco, farol e
a construção ativa, em cena de um píer para sua libertação. Aqui usamos todos
os líquidos que o corpo produz: lágrima, suor, urina, sangue, bile, suco
gástrico todos como metáforas de humor desse mar de diferentes águas que o ser
humano é. Em 2012 o evento performático ao ar livre “MoAciR: Filhos da Dor” ganha
notoriedade e é recomendado pelo Governo do Estado de São Paulo em seu website,
pela USP em seu website e jornal e pela Folha de São Paulo. Usa não-atores nas
piscinas do complexo aquático da USP por 12 apresentações gratuitas e no mar da
Praia do Futuro. Baseia-se em Iracema, do cearense José de Alencar: lenda do
primeiro brasileiro, extraditado da própria terra pelo pai português com a
morte da mãe índia, para falar de amor,
doença, abandono, água, guerra, índio-urbano e nós, essa nova geração de
nômades globais que alimenta suas dores com dinheiro. O nosso ‘MoAciR’, usa o
anagrama MAR, como Iracema seria um anagrama de America. Se José de Alencar via
nessa virgem America o mel de Vida e Morte, vemos em Moacir esse mar de Morte e
Vida.
Em
que etapa está o filme? Ele já foi todo gravado? Está em finalização?
O
filme está em Produção. Gravamos o filme em Los Angeles a partir desta
quarta-feira,17 de junho, até 23 de Junho com uma equipe de 20 profissionais
vindos de todo o globo e forte elenco de 9 atores multi-étnicos:
Arden
Kelly atriz-musical e cantora profissional, nossa protagonista Sii,
Pepe
Serna, grande amigo e ator experiente de Hollywood com um gabarito de filmes
como Scarface, com a honra de ser nosso Lil’Big Me.
Paulina
Güitron, atriz e dançarina profissional de flamenco como Trans Me
Jacob
Gibson, ator de forte linguagem corporal, nosso cego Blind Rat.
E
grande elenco de maestro, standup comedian, travesti, e fisiculturista com braço
amputado que tornam essa história tão especial e com forte responsabilidade
social: David Caprita (“Meu Primeiro Amor”, “O Especialista”) , Jesse Sink,
Lilliana Luxe, Rene Goff, Sunkee Angel.
O
filme com produção BR-US foi financiado por 98 fundadores do Brasil, U.S., Inglaterra,
Espanha, Itália, Republica Dominicana, Portugal, Arábia Saudita e por amigos
artistas e cineastas como Edmilson Filho, Amadeu Maya, Felipe Folgosi e Gerson
Sanginitto através de nossa campanha ainda ativa: www.igg.me/at/underwater.
Abordamos
constantemente o tema da visão “See (ver), Sii (nossa personagem), Sea (mar-nosso
forte cenário-personagem)”, assim o filme será veiculado para cegos com
áudio-descrição como também com legendas em português.
Pretendemos
distribuir o roteiro em braile em bibliotecas brasileiras e americanas e
distribuir o filme em festivais internacionais e plataformas online como
Amazon, iTunes, Shorts HD.
Esse é teu primeiro filme? Me
cita os outros?’
Under
Water é meu primeiro curta com perspectiva de longa metragem.
Esta
versão terá 10 minutos de duração para atrair investidores.
Dirigi
o curta “Sigh” o triângulo amoroso entre 3 grandes amigos que se encerra de
maneira trágica.
Dirigi
e Produzi o videoclipe “Los Angeles” para a Banda californiana WETHEONES.
Continuo
em pre-produção para o curta “Concrete River” com expectativa de gravação para
2016.
Como
dirigi “Love, Shoes and Death” baseado em cena de “Dois Perdidos numa noite
Suja” de Plínio Marcos.
No
teatro são 21 anos de atuação e sete anos de direção, produção e iluminação. Mais
de 60 peças e intervenções urbanas. Com destaque para “Enraizados” capa dos
jornais e TV’s de Fortaleza nas manifestações em 2013, “MoAciR:Filhos
da Dor”, “Cidade-Formigueiro” intervenção de dança nos túneis de São Paulo, “Lés
Pigmentés” com grupo Ilotopie (FR), “Necessidade X Supérfluo: supercidade,
nãoseisefluo” (BR/ARG/POR/FR), Aladdin Broadway Musical (AUS), Dionisíacas de
Zé Celso Martinez Correia, “Bom Retiro: 958m” com Teatro da Vertigem, “O
Pequeno Príncipe” com Alumiar Cenas e Cirandas. Desde 2014 trabalho como Media
Coordinator do Los Angeles Brazilian Film Festival-LABRFF.
Este
filme é produzido por Lucas Paz, Alexandre Wilson, Sophy Taylor, Elif Iljazovska,
Joel Seidl. Conta com apoio de Flower Power Recording Lab, Big Art Labs, BDCi
News, Soul Brasil Magazine.
Contato:
Email:
lucasfppaz@gmail.com
www.facebook.com/preformase
issuu.com/lucaspaz
www.youtube.com/lucasfppaz
Link da Entrevista Publicada:
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