Sabe os riscos do chão?
Que não correm na mão, mas na imaginação
Os riscos que, ricos, tecem a raiz, o trovão
As veias e nervuras do véio ermitão
Sabe os riscos do chão?
Que tecem abismos de pequenos buracos
Das minúsculas frestas saltando inimigos
Rasgando abrigos no teu coração
Sabe os riscos do chão?
Que lembram que as nuvens são de algodão
Que lembram que os sonhos do moço João
Encontram morada num pé de feijão
Sabe os riscos do chão?
Que dizem: agora arrisque-se então
Que arriscam incerteza na minha canção
Que pedem a sabedoria da pausa
Quando há só comichão
Comesse o chão do risco que tomo
Bebesse o João do trovão que corro
Trovasse eu de devida maneira
Nao poderia arriscar-me a nascer tal poema
De risco impreciso e arisco corrido no chão
23:23/23.07.13
Lucas Paz
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