de repente o olho que teima em não levantar sente um cheirinho estranho,
familiar por já ter aquela referência de cheiro,
mas estranho para a ocasião, para o sono que penetra os ouvidos até o cérebro e para a fumaca que penetra as narinas estufando o pulmão.
Acordou em tosse violenta, carregada. Sua cama, sua ilha, seu barco em chamas num mar de fogo que avancava escadas acima. Peixes-relógio derretidos e amoras doces agonizantes em sua boca. A estrada bate à porta. Ruidoso barulho de tijolos amarelos destruindo em alternâncias de câmera lenta e normal velocidade a madeira que se ergue em divisor de fora e dentro. Ele lentamente abre a geladeira do céu sobre sua cabeca e decide entrar no freezer ajustando a temperatura para a gradacão paciência hibernante. A geladeira voa como pedra-gelo em chamas, cometa que some na mancha negra jamais testemunhado por ser que vive pois como se existe quando se sonha? Paraíso de Deus e Dante
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